quinta-feira, 31 de julho de 2014

“Sereis como deuses”

   Se pudesse dominar o mundo, o homem o faria. Se pudesse apropriar-se de todas as criaturas, assim o faria. Sente uma sede insaciável de estima popular. Com frequência, sua vida é competição para ver quem logra maior supremacia. O pecado é apenas um: pretender ser “deus”.
   Tudo que ameace ofuscar seu brilho constitui um inimigo e, em seu coração, dá lugar à inimizade para desencadear uma guerra, com o fim de anular qualquer competidor.
   Quanto mais tem, crê ser mais livre, quando na realidade é mais escravo. Quanto mais propriedades possui, crê ser mais “senhor”, quando na verdade está mais atado que nunca, mais dependente é. Por seu insaciável desejo de ser o primeiro, castiga a si mesmo com invejas, rivalidades, sonhos impossíveis, manobras para lograr hegemonias que, em definitivo, o transformam em uma pobre vítima. Vive preocupado com a conquista de prestígio pessoal e, quando o consegue, vive morto de medo de perdê-lo.
   Em resumo, o homem é escravo de si mesmo e de suas apropriações, e a escravidão consiste na idolatria ou egolatria. A solução de seu problema está em desalojar o “deus-eu” e substitui-lo pelo Deus Verdadeiro. - Ignacio Larrañaga, Transfiguração 2012, pp. 71-72.

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