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Seja Bem-Vindo(a)!

sábado, 30 de maio de 2015

Inveja

   A inveja, em suas variadas manifestações, é uma reação agressiva quando se sente que a própria imagem é pálida diante do resplendor da imagem do outro.
   A luz da imagem alheia deixa a descoberto a opacidade da própria imagem. Sente-se a necessidade de eclipsar a imagem do outro. Quanto mais obscura se vir a imagem alheia, mais brilhante se verá a própria. Quanto mais centímetros tirar da altura do outro, mais alto sentir-se-á, embora, objetivamente, não se tenha crescido nada. - Ignacio Larrañaga, Suba Comigo 2011, p. 74.

sexta-feira, 29 de maio de 2015

Nos assuntos do Pai

   Aceite em paz as leis inerentes à condição humana: contingência, precariedade, mediocridade e toda limitação. Em tudo isso, se você puder melhorar alguma coisa, faça-o com toda a generosidade. Mas quando você se encontrar com as limitações absolutas, deixe as coisas serem como são. Não resista. São assuntos do Pai. Alguém já foi conselheiro dele alguma vez? - Ignacio Larrañaga, Suba Comigo 2011, p. 93.

quinta-feira, 28 de maio de 2015

Sem medo

Para amar é preciso - primeiro - não ter medo. 
Deixar o coração atento, 
a alma desperta,
todos os sentidos alertas.
Dar ternura em cada momento,
palavras doces e olhares, cuidados, carícias e tempo.
Porque o amor precisa, insaciável que é, de muito alimento. 
LIC / 19_ _

quarta-feira, 27 de maio de 2015

Sem pensar

O Guardador de Rebanhos

                    VI
Pensar em Deus é desobedecer a Deus,
porque Deus quis que o não conhecêssemos,
por isso se nos não mostrou...

Sejamos simples e calmos,
como os regatos e as árvores,
e Deus amar-nos-á fazendo de nós
belos como as árvores e os regatos,
e dar-nos-á verdor na sua primavera,
e um rio aonde ir ter quando acabemos!...
Alberto Caeiro

terça-feira, 26 de maio de 2015

O que é AMOR

Pode a mente humana se regenerar? Pensar sem pensamento? Pensamento é passado, todo o arcabouço cognitivo-emocional que acumulamos e interiorizamos desde o advento do ser humano sobre a Terra.
   Pode a mente humana, que evoluiu na separação: minha família, meus amigos, minha casa, meus livros, meu carro, meu trabalho etc.; que se construiu na fragmentação: "eu” mulher, “eu” filha, “eu” esposa, “eu” mãe, “eu” amiga, “eu” profissional etc.; em contradição, em conflito, em dualidade, entre estes inúmeros “eus”, que são as inúmeras imagens que se tem de si mesmo, e o “não eu”, ou seja, o outro, a imagem que se formou do outro, se regenerar?
   Quando a mente humana observa sem o observador, melhor dizendo, quando observado e observador são um mesmo elemento - sem os “eus” que censuram, comparam, justificam, se defendem, se contradizem -, há regeneração.
   Então, sou o mundo, o mundo todo sou eu. Não teoricamente, mas, sim, absolutamente.
   Isto é AMOR. Um senso de total supressão do “eu”.               São Paulo 3/ jan./ 2014.

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Poder, Amor, Revolução


Não se descobriu outra “ciência” nem outra revolução para a transformação do ser humano a não ser aquela revelação trazida por Jesus: renunciar aos sonhos de onipotência, reconhecer a incapacidade da salvação pelos meios humanos, tomar consciência da nossa miséria e fragilidade, nos entregarmos confiada e incondicionalmente nas poderosas mãos de Deus e permitir-lhe, dia após dia, abandonados com absoluta “passividade” nas suas mãos, sermos transformados desde as raízes. Só Deus é o Poder, o Amor e a Revolução. - Ignacio Larrañaga, Mostra-me o Teu Rosto 2011, p. 473.

sábado, 23 de maio de 2015

A morte II

   A vida é entretecida de morte. Em minha existência, ao longo de uma permanente renovação celular no aspecto biológico, e de uma constante evolução de minha personalidade, a vida e a morte não se contrapõem. São um par: a morte vai adiante com a vida em seu seio.

   A morte é um fenômeno que, como morte, não tem substância. Então, o que a morte contém? Vida. Neste ponto desconhecido que é a morte, começa a vida. A atual civilização, de tanto rejeitá-la, rejeitou também o que nasce da morte: a vida. - Ignacio Larrañaga, As Forças da Decadência 2005, p. 244.


sexta-feira, 22 de maio de 2015

A morte I


   Diz Epicuro: “Não é preciso preocupar-se com a morte, porque ela não pertence à vida”. Por outro lado, Heidegger escreveu: “A morte possibilita ao ser humano exercer a própria liberdade, dado que é um fenômeno individual, pessoal, que ocorre no mais profundo de cada ser”. Com isso, o filósofo dá uma pincelada magistral para a humanização da morte, tarefa urgentíssima para nossa época. - Ignacio Larrañaga, As Forças da Decadência 2005, p. 222.

quinta-feira, 21 de maio de 2015

Dor e amor

   Não há anestesia mais eficaz nem morfina tão adormecedora quanto aceitar voluntariamente a dor como permissão da vontade de Deus e depositá-la em suas mãos como oferenda de amor e, por esse caminho, dar à dor um valor, um sentido, uma utilidade. - Ignacio Larrañaga, As Forças da Decadência 2005, p. 142

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Sem pecado, com amor

   Eu, que tive que estar assomado, um ano inteiro, para poder escrever “O Pobre de Nazaré” (São Paulo: Loyola, 2012), a tudo que se escreve modernamente sobre a escritura cristológica, de Jesus de Nazaré, me encontrei com uma afirmação muito reiterada, dizendo que de nenhuma maneira a palavra e o conceito pecado é típico e específico de Jesus. De nenhuma maneira.
   Que essa obsessão é do povo judeu. E essa obsessão chegou depois à Igreja, mas saltando por cima de Jesus de Nazaré. Isto dizem os grandes sábios hoje em dia.

   E que, se existe uma coisa típica e específica de Jesus de Nazaré, se a teologia de Jesus de Nazaré, isto é, a maneira de apresentar Deus, tem uma novidade verdadeiramente revolucionária é o Abba e tudo quanto deriva daí: a solidariedade com os últimos, os marginalizados, os insignificantes e os excluídos da sociedade, o amor, o testamento de amor "amai-vos uns aos outros; enquanto eu regresse e até que eu regresse, dediquem-se à coisa mais importante, amarem-se uns aos outros".
  Isto é o típico de Jesus. As demais coisas não são de Jesus. - Ignacio Larrañaga, Encontro de Experiência de Deus (EED).

terça-feira, 19 de maio de 2015

Deus fala com o homem IV - Moisés

Gustave DORÉ | Moisés quebrando as Tábuas da Lei | 1861-68


















   É difícil imaginar um relacionamento tão singular e único como o que houve entre Moisés e Deus: parecem dois camaradas, ou melhor, dois veteranos de guerra. Porque o que tinham vivido fora uma guerra, e uma guerra de libertação, uma autêntica epopeia em que ambos, Moisés e Deus, lutaram lado a lado, em um combate singular: convocaram e organizaram um povo oprimido, arrancaram-no para a pátria dos livres, que é o deserto, e, caminhando na areia nua e ardente, fizeram-no marchar para um sonho remoto e quase impossível de uma pátria soberana. - Ignacio Larrañaga, Salmos para a Vida 2013, p. 12.

segunda-feira, 18 de maio de 2015

Deus fala com o homem III - Abraão

   Uma imensa corrente de carinho se estabelece entre Deus e Abraão. Não é exatamente o relacionamento entre dois amigos. É muito mais, algo diferente, parecido com o relacionamento que
existe entre um pai que tem planos nobres e transcendentais para seu filho predileto, a quem assiste, abençoa, promete, estimula, prova e leva pela mão até a meta estabelecida.

Joseph Anton KOCH | Paisagem com Abraão e os Três Anjos no vale de Mambré | 1796
 
  A confiança de Abraão é tanta que ele chega a discutir com Deus, quase de igual para igual, exigindo provas e sinais, e chegando a regatear, junto do carvalho de Mambré, em um dos diálogos mais comoventes da Bíblia (Gn 18, 22-33). - Ignacio Larrañaga, Salmos para a Vida 2013, p. 12.

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Deus fala com o homem II - Noé

   "Noé andava com Deus" (Gn 6, 9). Neste capítulo, palpita uma relação entre Deus e Noé, grávida de algo parecido com ternura, em que Deus lhe comunica confidencialmente seus planos, iniciando um diálogo com um "resolvi" com sabor de segredo de estado, declarando que tem um plano de predileção para ele, porque vai "acabar toda carne", mas "contigo estabelecerei uma aliança", porque "tu és o único justo que encontrei nesta geração". - Ignacio Larrañaga, Salmos para a Vida 2013, pp. 11-12.
Joseph Anton KOCH | Paisagem com as ofertas da paz de Noé | 1803 

quinta-feira, 14 de maio de 2015

Deus fala com o homem I - Adão

   Dizem que a Bíblia, sem os Salmos, seria apenas um livro sobre Deus. À primeira vista, esta afirmação parece verdadeira. Mas não é.
   Se a oração é diálogo, um diálogo não necessariamente de palavras, mas de interioridades, a Bíblia inteira, desde suas primeiras palavras, é um diálogo com Deus, não isento de queixas e discussões.
   No amanhecer da humanidade, o homem aparece na história como um ser profundamente aberto para Deus. De fato, ao cair da tarde, Deus passeava pelo jardim (Gn 2, 8), conversando com Adão, como dois amigos. - Ignacio Larrañaga, Salmos para a Vida 2013, p. 11.

MICHELANGELO Buonarroti | A criação de Adão | 1508-10

quarta-feira, 13 de maio de 2015

Onisciência, onipresença, onipotência

   [...] Deus está presente, por sua ação, até mesmo no óvulo materno e, Ele mesmo, com mãos delicadas, teceu-nos desde as células mais primitivas até a complexidade do cérebro. Não é apenas nosso criador, é nosso pai e, muito mais, é nossa mãe. Como poderá desconhecer nossos passos e nossos dias se nos acompanha desde o seio materno?! - Ignacio Larrañaga, Salmos para a Vida 2013, p. 86.

Sim! Pois tu formaste os meus rins,
tu me teceste no seio materno.
[...]

Conhecias até o fundo do meu ser:
meus ossos não te foram escondidos
quando eu era modelado, em segredo,
tecido na terra mais profunda.

Teus olhos viam o meu embrião.
No teu livro estão todos inscritos
os dias que foram fixados
e cada um deles nele figura. - Sl 139 (138), 13-16

terça-feira, 12 de maio de 2015

1ª epístola

Maria, aprendiz do Evangelho pela vontade de Deus, aos queridos irmãos distantes.
A todos, graça e paz da parte de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo.
 
   Queridos irmãos em Cristo ressuscitado, quero lembrá-los que a distância não diminuiu a amizade e o carinho que sinto por vocês. Já trilhamos muitos caminhos juntos – neste que agora estamos, apenas terra e água nos separam.
   Em minhas preces diárias, vocês são sempre lembrados quando agradeço a Jesus, nosso Mestre, e a Deus, nosso Pai, por todas as benesses recebidas.
   Também peço, em oração, que seus passos, ações e pensamentos sejam amparados por espíritos amigos. É preciso estar vigilante e em boa companhia para a prática diária da humildade e do amor fraterno. Sempre, e em qualquer lugar, há irmãos necessitados, carentes de apoio, compreensão e ensinamento cristão. Todas as oportunidades são benditas.
   Trabalhem tanto para seu sustento material quanto para sua sustentação espiritual. Como disse Emmanuel, “a criatura que apenas trabalhasse, sem método e sem descanso, acabaria desesperada, em horrível secura do coração; aquela que apenas se mantivesse genuflexa estaria ameaçada de sucumbir pela paralisia e ociosidade”.
   Nossa vida não consiste na abundância de bens materiais – nada trouxemos e nada levaremos daquilo que é impermanente. Em compensação, será nosso, para todo o sempre, o que produzirmos com as oportunidades, dons, situações e favores recebidos do Pai. Saibamos usá-los para o bem, o bom, o belo.
   Imagino o quanto pode estar sendo difícil para vocês permanecerem tão distantes. Mas não desanimem. "Tudo passa. Só Deus não muda. A paciência tudo alcança. Quem a Deus tem, nada lhe falta. Só Deus basta."
   Quando sentirem-se tristes, retirem-se dos lugares turbulentos, refugiem-se em si mesmos, porque “basta que te cales e Sua voz falará no sublime silêncio”. Ali estarão todas as respostas e consolações.
   Creiam!
Meu abraço fraterno.
                                  LIC, São Paulo, 14 de outubro de 2009.    




segunda-feira, 11 de maio de 2015

Angústia

   Podemos afirmar que o subproduto mais característico da modernidade é a angústia. Se subirmos aos horizontes da filosofia, do teatro, da poesia, do cinema, da literatura em geral, descobriremos uma estranha identificação entre o homem (moderno) e a angústia. - Ignacio Larrañaga, Sofrimento e Paz 2013, p. 83.

domingo, 10 de maio de 2015

Dia das Mães








[...] ora sim, ora não, creio em parto sem dor. 
Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina. 
Inauguro linhagens, fundo reinos [...]
                              Adélia Prado | Bagagem | 1976

sábado, 9 de maio de 2015

Apagando a chama

   Quando o ser humano não mais se refere ou se liga ao "eu", cessam-se os temores, as angústias e obsessões, que são chamas vivas. Após serem apagadas, nasce o descanso, do mesmo modo que, consumido o óleo da lâmpada, o fogo se apaga.
   Morre o "eu" e nasce a liberdade. - Ignacio Larrañaga, O Sentido da Vida 2005, p. 119.

sexta-feira, 8 de maio de 2015

Camuflagem

   [...] a humilhação não é senão um orgulho camuflado. - Ignacio Larrañaga, Sofrimento e Paz 2013, p. 81

quinta-feira, 7 de maio de 2015

Eis o segredo:

   ser eternamente criança para ser capaz de dar um nome novo a cada situação, a cada coisa, uma por uma, como na primeira manhã da criação. - Ignacio Larrañaga, Sofrimento e Paz 2013, p. 60.

quarta-feira, 6 de maio de 2015

Desperte!

   Em qualquer momento do dia ou da noite, quando você se surpreender dominado pelo medo ou pela angústia, imagine que estava dormindo. Faça uma nova avaliação, reveja seus julgamentos e verá que estava exagerando, pressupondo, imaginando, superdimensionando.
   Sempre que se sentir aflito, levante a cabeça, sacuda-a, abra os olhos e desperte. Muitas trevas desaparecerão de sua mente e haverá um grande alívio. - Ignacio larrañaga, A Arte de Ser Feliz 2012, p. 36.

terça-feira, 5 de maio de 2015

Quando é verdadeiro

   Em um relacionamento verdadeiro é necessário haver integração, não absorção. É preciso haver união, não identificação, pois, nesta, cada um perde a própria identidade. - Ignacio Larrañaga, O Sentido da Vida 2005, p. 221.

sábado, 2 de maio de 2015

o EGO II

Cheios de si   
   Se avançarmos por um caminho de aplausos e louros, podemos nos converter rapidamente em prisioneiros de nós mesmos. - Ignacio Larrañaga, O Sentido da Vida 2005, p. 115.