Amanhece, para todos, mais um dia do Senhor, num mundo que pertence a Deus.
Terráqueos despertam de sonhos vãos e são obrigados a viver, obedientes aos desígnios do Universo.
O destino os espreita.
Aguardam, a todos, hábitos cotidianos, os lugares e os outros.
De afazeres se ocupam na tentativa de esquecer a presença constante da morte.
Aos prazeres se entregam acreditando serem livres, mas amam e odeiam sob o jugo dos deuses.
Na incerteza se este será o último dia de espera, copulam desejando a imortalidade.
Invadem espaços na tentativa de encontrar o além, sem se dar conta de que o ponto de partida é o mesmo de chegada.
Vão e voltam, num moto-contínuo.
Anoitece, para todos, mais um dia do Senhor, num mundo que pertence a Deus.
Fatigados pela repetição secular do existir, adormecem.
Crentes, ingênuas criaturas, de ter, amanhã, mais uma chance de descobrir o que são.
LIC, jan. 2000
Adorei! bjos
ResponderExcluirPat, obrigada por sua apreciação. Bj
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