Somos uma perpétua contradição: queremos estar ao mesmo tempo satisfeitos e insatisfeitos, concentrados e dispersos, em calma e em tensão.
Não somos capazes, porém, de viver sem estímulos, porque somos insaciáveis consumidores de emoções; saltamos como estrelas cadentes de um estado a outro, de um hemisfério a outro, mostrando-nos alternadamente alegres, tristes, humildes, altivos; enfastiados, arrojados, desconfiados; satisfeitos, ofendidos, cheios de mil formas de receio, tendo, como diz Quevedo, “um breve descanso muito cansado” entre um estado e outro.
No centro de nossa personalidade, no fundo do coração, mora um inventor de novos sentimentos e estranhas ocorrências que precisamos deixar acontecer e que, no fim, vão nos arrastar para o poço do cansaço. E assim vai indo a roda giratória da vida: mil necessidades fizeram surgir novos desejos; e as paixões, que estes geram, são a fonte mais fecunda de desordens que afligem o ser humano, cansam-no e o fatigam. - Ignacio Larrañaga, As Forças da Decadência 2011, pp. 40-41.
O meu olhar. O olhar do outro. O olhar profano. E o místico. Feminino e masculino. Olhares apaixonados. Outros, razão pura. Todos, restritos. Poucos se aproximam do Infinito. São nossos olhares, distintos olhares sobre o mesmo Universo. Porque "agora vemos em espelho e de maneira confusa, mas, depois, veremos face a face. Agora meu conhecimento é limitado, mas, depois, conhecerei como sou conhecido" (1Cor 13, 12).
Querida Liane! É um prazer ler seus posts! Maravilha!
ResponderExcluirBeijos
Penélope Charmosa, fico feliz por você ter vindo me visitar. Obrigada. Um abraço saudoso, Liane
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