terça-feira, 5 de agosto de 2014

No fundo do poço

   É um círculo vicioso.
   Quanto menos se reza, menos vontade se tem de rezar. Quanto menos vontade de rezar, menos se reza. Quando menos se reza, Deus começa a afastar-se. Não é que Deus se afaste, mas a sensação perceptiva que temos é que Deus é “menos” Deus em mim, como que se tornou alguém distante, quase inexistente.
   À medida que isto ocorre, há menos vontade de estar com ele. Quanto menos estamos com Deus, Ele mesmo é menos presença em mim.
   E aqui e agora surge o seguinte fenômeno: à medida que Deus é “menos” Deus, eu sou mais “eu” em mim, para mim, aumentando o amor-próprio, ou seja, tornam-se mais presentes em mim os aspectos negativos do “homem velho”, os mil filhos do “eu” – vaidade, busca de si mesmo, ressentimentos, lacunas afetivas, rivalidades, tristezas, manias de grandeza, necessidade de autocompaixão, de mendigar consolo... - Ignacio Larrañaga, Transfiguração 2012, pp. 28-29.

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