Por um nada, me entristeci. Não, não foi por um nada porque, se tivesse sido por um nada, não teria me entristecido.
Nem quero me lembrar desse nada que não foi um nada pra não me entristecer novamente.
Assim como esse nada chegou, ele foi embora. Modo de dizer. O Jung diz que tudo fica guardadinho no inconsciente, nos dois - o pessoal e o coletivo.
Estou lidando com os dois na terapia e, seguindo o conselho do Gurgel, o Rodrigo, escrevendo "Meu querido diário..."
Ele, o Gurgel, não meu diário, diz que escrever é, muitas vezes, exorcizar-se.
Pois é o que estou fazendo, para expulsar aquele nada que me colocou diante desta página em branco.
Estava em branco e poderia ficar recheada de pensamentos porque, naquele instante, quando aquele nada me entristeceu, minha mente deu 100 voltas ao redor do mundo, com impressionantes saltos acrobáticos, do passado para o presente, do presente para o futuro.
LoucaMente!
Nem vou escrever aqui um tantinho desse turbilhão. Precisaria mais do que uma página em branco.
Vamos ao episódio seguinte.
Meu celular tocou. Levei um susto e aterrissei daquele voo acrobático. Era meu pai.
Minha LoucaMente se aquietou por um outro nada, que, dessa vez, me alegrou. Até sorri.
Então, o primeiro nada mergulhou no pedaço submerso do iceberg.
Se algum dia ele tentar emergir, volto a escrever e, quem sabe, o telefone volta a tocar.
É assim que acontece, é assim que vou levando a vida - de nadas em nadas que ora me alegram, ora me entristecem.
LIC, 3 maio 2024
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