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quarta-feira, 29 de outubro de 2014

A rotina

   É como um cupim que, silencioso e invisível, vai penetrando na madeira até corroê-la e enfraquecer os fundamentos do edifício.
   É como a penumbra que desliza imperceptivelmente para dentro dos aposentos interiores na hora do crepúsculo: por não ser luz, não é amada; por não ser escuridão, não é temida. Passa despercebida.
   Não é carcinoma nem vírus. Não aparece tipificada em nenhum quadro patológico. Os profissionais não a conhecem, ou pelo menos não se preocupam com ela. Por isso ninguém estuda sua etiologia nem procura remédios para combatê-la. Não se mete em aventuras nem se envolve em escândalos. Passa tão despercebida que ninguém se assusta nem com a sua sombra.
   É a rotina.
   A morte da capacidade de maravilhar-se chama-se rotina. – Ignacio Larrañaga, Sofrimento e Paz 2013, pp. 56-58.

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