terça-feira, 8 de outubro de 2024

BELLA ITALIA - SETIMO ATTO


DA BARI A POLIGNANO A MARE

Depois de quatro horas de viagem, em estradas margeando a costa litorânea, chegamos a Bari. O percurso de aproximadamente 385 quilômetros foi cansativo, principalmente porque convivemos novamente con la spericolatezza degli automobilisti italiani. Eles dirigem como se não tivessem amanhã. Molto stressante.

Bari é uma comune da província de Bari, na região da Apuglia.

Que emoção imensa ao chegar lá. Tudo me pareceu familiar, pois Bari tem um espaço reservado no meu coração desde quando criança eu escutava as histórias que meu pai contava dessa terra distante.

Nós nos hospedamos em um Airbnb de frente para o Adriático. A cor desse mar, de um azul intenso, me pareceu único, indescritível!

Bari é bem fácil de ser visitada a pé. Foi o que fizemos durante todo aquele único dia nessa linda cidade.

Conhecemos a “Strada delle Orecchiette”, uma rua famosa onde as mulheres baresas produzem artesanalmente a típica massa orecchiette, que tem esse nome porque lembra uma pequena orelha. Abbiamo immediatamente aggiunto questa pasta e questa focaccia al nostro menu, símbolos gastronômicos de Bari.

Almoçamos orecchiette ao sugo, proprio come i pranzi della domenica a casa di mia nonna Mariana. Lembro que, já nas proximidades da sua casa, da rua, sentíamos o perfume do molho que ela apurava desde cedo.

Em Bari, a “Conserva Centrone”, cujos produtos em conserva – azeitona, beringela, tomate seco, pimentas, pepinos, picles – são conhecidos até no Brasil, pertence a parentes distantes do meu pai. Infelizmente, não conseguimos manter contato com eles, pois a fábrica estava fechada no dia que fomos até lá.

Encerramos nossa estada no agito da noite barese, nel centro storico, na Piazza del Ferrarese, próxima ao mar, entre bares, restaurantes locais, molte persone, molti giovani, luz e som.

No dia seguinte cedo, seguimos para Polignano a Mare.

Polignano a Mare fica no calcanhar da Itália, a 36 quilômetros ao sul de Bari. Seu núcleo mais antigo fica sobre um complexo rochoso voltado para o mar Adriático.

No decorrer da nossa viagem, foi surpreendente observar a diversificada geografia física e formação geológica da Itália: uma mistura de relevo montanhoso (predominante), belíssimas regiões litorâneas, lagos, falésias e vastas planícies campesinas, como da charmosa região da Toscana. 

Muitas emoções e marcantes experiências sensoriais, que me levaram às lágrimas diversas vezes, estavam por vir.

Em Polignano a Mare, onde meus avós paternos nasceram, ho sentito fortemente la presenza di mio padre, per la passione con cui parlava sempre di questa terra che, purtroppo, non ha mai conosciuto.

Ao olhar o mar de Polignano, vi os olhos do meu neto, o Lucca, naquele azul profundo, numa tonalidade inconfundível, resultado do encontro do tom esmeralda do Mar Adriático com o azul turquesa do mar Jônico.

Nos quatro dias em que ficamos por lá, pudemos presenciar alguns hábitos, costumes, tradições ainda caras aos italianos, como a celebração religiosa da Primeira Eucaristia, na igreja de San Vito, mártir, padroeiro de Polignano. A Igreja Católica Apostólica Romana tem sido a religião dominante na Itália há mais de 1.500 anos.

Em uma das praças, há uma imagem desse santo, provavelmente nascido na Sicília, cuja história está envolvida pela lenda. Filho de um pagão obstinado, aos 7 anos de idade era um cristão convicto e realizava prodígios de curas. Por sua fé, foi martirizado e morto em 15 de junho de 303 d. C. com apenas 15 anos.

Num outro momento, em uma pequena ruela, nos deparamos com uma senhorinha toda de preto. Ela nos chamou e contou em dialeto, que sua filha foi traduzindo, “che suo marito di oltre 60 anni è morto una settimana fa” e que o Zé Antônio lembrava muito ele. Pediu para abraçá-lo e beijá-lo. Nem é preciso dizer que a choradeira foi geral.

Na "Piazza Domenico Modugno", mio padre era di nuovo presente. Papai amava e escutava chorando esse cantor, um polignanesi, que ganhou o mundo cantando “Volare”, uma das mais conhecidas músicas italianas no mundo, lançada em 1958.

Além de explorarmos ao máximo Polignano a Mare nesses dias, visitamos algumas cidades da costa e do interior da Puglia, recheadas de ruínas greco-romanas e povoados milenares: Monopoli, Capitolo, Lecce, no salto da bota, Ostuni, linda, com sítios arqueológicos, muitos ainda a serem explorados, e Alberobello.

Foi com surpresa e alegria que encontrei em Ostuni, na Piazza Sant’Oronzo, a imagem de santo Oronzo (bispo), padroeiro da cidade, origine del nome del mio caro papà: Giuseppe Oronzo Centrone.

Em Alberobello, encontramos novamente San Vito, numa capela antiquíssima que primeiro recebeu sua imagem como santo protetor. Lá, conhecemos, e quase nos hospedamos em um dos “trulli” (plural de “trullo” gr. = “cúpula”), pequenas casas circulares com tetos e cúpulas cônicas, feitas em calcário, sem uso de qualquer argamassa, cimento ou rejunte, apenas pedras. Suas portas e paredes costumam ser brancas, decoradas com símbolos religiosos. Há várias explicações para a origem dessas casas que, atualmente, servem como moradia, hotel, lojas e restaurantes.

Por fim, já a caminho de Napoli, visitamos Matera, considerada uma das mais antigas cidades habitadas, com assentamentos humanos de mais de 10.000 anos atrás e organização social. Matera é famosa por seu centro histórico, conhecido como Sassi di Matera, Patrimônio Mundial da Unesco desde 1993. Os “sassi” (do latim “saxum“ = “colina” ou “grande pedra“) são cavernas esculpidas nas colinas rochosas, construídas umas sobre as outras, unidas por ruas sinuosas e escadarias íngremes, habitadas desde a Antiguidade. A Arianne e o Danilo visitaram uma igreja em uma dessas cavernas decorada com afrescos pagãos. Durante as duas Grandes Guerras, muitas famílias se refugiaram ali, o que confirmamos nas fotos penduradas nas paredes do restaurante em que almoçamos, adaptado em uma dessas sassi.

* * *

VOLARE - NEL BLU DIPINTO DI BLU
Penso che un sogno così non ritorni mai più
Mi dipingevo le mani e la faccia di blu
Poi d'improvviso venivo dal vento rapito
E incominciavo a volare nel cielo infinito

Volare oh, oh
Cantare oh, oh
Nel blu dipinto di blu
Felice di stare lassù
E volavo, volavo felice più in alto del sole
Ed ancora più su
Mentre il mondo pian piano spariva lontano laggiù
Una musica dolce suonava soltanto per me

Volare oh, oh
Cantare oh, oh
Nel blu dipinto di blu
Felice di stare lassù
Ma tutti i sogni nell'alba svaniscon perché
Quando tramonta la luna li porta con sé
Ma io continuo a sognare negli occhi tuoi belli
Che sono blu come un cielo trapunto di stelle

Volare oh, oh
Cantare oh, oh
Nel blu degli occhi tuoi blu
Felice di stare quaggiù
E continuo a volare felice più in alto del sole
Ed ancora più su
Mentre il mondo pian piano scompare negli occhi tuoi blu
La tua voce è una musica dolce che suona per me

Volare oh, oh
Cantare oh, oh
Nel blu degli occhi tuoi blu
Felice di stare quaggiù
Nel blu degli occhi tuoi blu
Felice di stare quaggiù
Con te

Texto e pesquisa: LIC 

Fonte: Maria Ana Centrone Santini

Um comentário:

  1. A cada um desses “distintolhar “ aumenta mais s vontade de retornar a ITALIA

    ResponderExcluir

Obrigada por sua visita. Para preservar a integridade deste Blog, todas as mensagens serão lidas antes de serem publicadas.
Se você gostou do conteúdo deste Blog, compartilhe.