sábado, 14 de setembro de 2024

MILAGRES EXISTEM?

Esta é uma história baseada num fato real, e o que não é exatamente verdade, ainda assim, está correto.

Renato, se alguém tivesse me perguntado ano passado se eu acreditava em milagres, eu teria dito que "Não, absolutamente não. Sigo o meu caminho e carrego meu fardo sem esperar que 'do alto' me chegue alguma ajuda.

Você sabe, pelo tempo que nos conhecemos, no que acredito. Precisamos de sabedoria e não de religião para distinguir o certo do errado, a verdade da mentira, o bem do mal.

Conrado e eu estávamos caminhando pela av. Paulista, no final da tarde daquela sexta-feira, para um happy hour com amigos, quando ele me confidenciou isto.

Naquele dia, o mal estar - tontura, náusea, turvação visual - que vinha sentindo há três dias parecia ter se agravado.

Chamei um Uber, pois não estava disposto a dirigir. O dia foi longo.

Permaneci desatento, calado, quase inativo a maior parte do tempo. "Quando chegar em casa, procuro socorro", decidira.

Percebi que minha secretária me observava, calada. Ela é sempre muito discreta.

Quando lhe pedi que me trouxesse um copo d'água, dona Olivia prontamente me atendeu.

"O senhor não está bem, não é mesmo, sr. Conrado", ela perguntou afirmando.

Sofrer calado é sofrimento dobrado, Renato. Resolvi aliviar o incômodo compartilhando com dona Olivia o que estava sentindo.

Foi então que ela me convidou para o momento de oração daquela noite na sua igreja.

Eu, instantaneamente, me perguntei: "Mas pra quê?".

"Tem acontecido curas nesses momentos de oração", ela acrescentou, como lendo meus pensamentos.

Pois eu fui, Renato. Por quê fui, não sei. À espera de um "milagre" ou de poder presenciar um.

Participei das orações calado. Escutei atento a pregação ou sermão, não sei bem o nome certo. Recebi a bênção comunitária e, acompanhado de dona Olivia, sai...

"Curado?", eu o interrompi curioso.

Não, do mesmo jeito. 

Dona Olivia me contou que já testemunhara muitas, a sua inclusive, que me contou em detalhes.

Voltei pra casa surpreso, mas ainda cético.

Naquela mesma noite, fui com minha esposa a um pronto-socorro. Diagnosticaram como síncope vasovagal. Recebi medicação e recomendação para procurar um cardiologista ou um vascular.

Bem, a partir desse dia, venho me questionando sobre "curas" e "milagres". Acontecem ou não?

Procurei literatura a respeito, estudei sobre o tema em algumas religiões, pois é um fenômeno base de quase todas elas e suas filosofias. Conversei com guias espirituais, padres, pastores, rabinos, gurus.

"Chegou a alguma certeza ou conclusão?", perguntei sofregamente. Era algo que também me interessava.

Como tínhamos chegado no Bistrô Reserva, e os amigos já estavam lá nos esperando com cerveja e petiscos, interrompemos o assunto.

Ao nos despedirmos, Conrado respondeu sucintamente.

"Hoje, eu creio, ainda sem entender, e tenho procurado olhar pras estrelas mais do que pra tela do meu celular.

LIC

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