terça-feira, 16 de abril de 2024

SANTO AFONSO DE LIGÓRIO




SANTO AFONSO DE LIGÓRIO (1696-1787)

Durante sua vida, acostumou a rezar oito horas por dia, dormia em torno de quatro horas e dividia seu tempo entre Deus, os escritos e as obrigações de governo de sua congregação e de sua diocese. 

Foi corajoso, decidido e, ainda nos primeiros anos de seu sacerdócio, fez um voto heroico: jamais perder tempo.

Sua barba era sempre mal cortada por isso. Enquanto segurava a navalha numa mão, trazia um livro na outra, pois, assim, não perdia tempo tendo de parar para ler e preparar seus sermões.

A leitura durante o aparo da barba lhe dava mais tempo para atender confissões.

No final de sua vida, Santo Afonso já não conseguia caminhar. A artrite endureceu suas articulações a ponto de não mais conseguir escrever com a pena que tanto usou para o bem da Igreja. 

As longas vigílias escrevendo seus 111 livros, centenas de cartas e dezenas de sermões lhe renderam uma enxaqueca extenuante que o acompanharia até o final de sua vida. Para aliviar as dores excruciantes, colocou um pedaço de mármore quebrado sobre sua mesa de trabalho para nele recostar sua testa e conseguir algum alívio.

Sua coluna vergou sob o peso dos anos e das muitas horas no confessionário onde, não raras vezes, atendeu por 10, 12 ou mais horas todos quantos o buscavam. 

Seu queixo chegou a encostar em seu peito a ponto de abrir uma ferida. Na Santa Missa, por conta da deformidade da coluna, já não era mais possível virar o cálice do Preciosíssimo Sangue para bebê-lo. Era necessário colocar uma cânula para que pudesse sorver seu conteúdo.

Santo Afonso viveu até quase 91 anos, sofreu muito, foi traído pelos que amava, caluniado, detestado por outros, mas em tudo se dizia merecedor desses dissabores e, a cada nova cruz, agradecia a Cristo. 

Devoto apaixonado de Nossa Senhora, sempre pedia aos religiosos, que lhe faziam companhia, para que lessem algo sobre Ela. Numa dessas ocasiões, ao ouvir o trecho de um livro exaltando as virtudes e graças que Nossa Senhora recebeu, ficou tão eufórico e disse ao irmão que lia que gostaria muito de saber quem era o autor de palavras tão inspiradas e qual seria o título do livro. 

Sem titubear, o religioso abriu a página de rosto do volume à vista de Afonso e disse em alto e bom tom: “O livro chama-se Glórias de Maria e seu autor é Monsenhor Alfonso Maria de Ligório”. 

Confuso e envergonhado, naquele dia ele não quis tomar mais nenhum alimento e não disse mais nenhuma palavra. Os anos e a velhice o haviam feito esquecer da obra que tinha publicado em 1750.

Fonte: @raphael.tonon

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