O meu olhar. O olhar do outro. O olhar profano. E o místico. Feminino e masculino. Olhares apaixonados. Outros, razão pura. Todos, restritos. Poucos se aproximam do Infinito. São nossos olhares, distintos olhares sobre o mesmo Universo. Porque "agora vemos em espelho e de maneira confusa, mas, depois, veremos face a face. Agora meu conhecimento é limitado, mas, depois, conhecerei como sou conhecido" (1Cor 13, 12).
sexta-feira, 27 de dezembro de 2024
PORQUE COMEMORAMOS O ANO NOVO
domingo, 22 de dezembro de 2024
UM DIA DE CADA VEZ
@lic
Passando por aqui...
Quero que o Natal passe rapidamente e o 1° de Janeiro, ligeiro.
Para eu poder voltar a todos os outros dias.
Dizem que o Natal e o Ano Novo são as datas mais adequadas para
reforçar os laços familiares e de amizade.
Eu os contradigo, pois preciso de um ano todo, e em doses
homeopáticas, para isso.
Quem consegue robustecer o amor, a família, a amizade, o ser,
o existir, o fazer em tão poucos dias?
Sou humano, falível, instável, inseguro, frágil, incompleto.
Preciso do suportável do dia do dia. Day by day. Just enough.
Senhor, afasta de mim esse cálice!
P.S.: Continuo lendo os clássicos.
LUCAS 1, 39-45
Visitação de Maria a sua prima Isabel
Assim que Maria soube, partiu apressadamente para a montanha.
Não porque estivesse incrédula com a profecia ou incerta da Anunciação, ou duvidasse, mas porque estava feliz com a promessa e ansiosa para realizar um serviço devotamente, com o impeto que lhe vinha da alegria interior.
Onde agora, cheia de Deus, ela poderia se apressar para ir, se não para o alto?
A graça do Espírito Santo não permite nenhuma lentidão.
Santo Ambrósio
sábado, 21 de dezembro de 2024
XÔ, TENTAÇÃO!
Naquele dia...
Logo ao amanhecer, pensei ativar o celular pra ler as trivialidades matinais, bem acompanhada do cafezinho e do pão nosso de cada dia. Um vício adquirido e estimulado por meu onipresente, onisciente, onipotente celular.
A tempo, me conscientizei que não tinha nada mais que o dia de hoje. É que lembrei da oração que fizera à noite ao deitar. “Guarda-me, Senhor, em teu amor. Se eu morrer sem acordar, recebe minha alma”.
Eu não parti desta para melhor e, vivinha da silva, me ouvi dizendo for myself: “Desliga esse celular”.
Há mais de uma semana, eu estava entregue à preguiça da imobilidade. Culpa da minha mente tão humana viciada no bem-bom das distrações e superficialidades do mundo virtual e ancorada em desculpas climatológicas de um inverno atípico.
Num dia, agouravam fortes rajadas de vento. Noutros, ondas de calor inesperadas, chuvas esparsas, trovoadas ocasionais, num padrão climático ambivalente.
Tomei coragem e fui tirar a camisola. Meu abdome globoso se mostrou nu e cru. Como a coragem cresce com a ocasião, decidi caminhar no parque.
Era preciso viver com a necessidade do dia corrente. Outras viriam, mas essa era premente. Dominar a preguiça não tem preço. Lembrei da campanha priceless da Mastercard. O descontentamento comigo mesma começou a diminuir e com meu corpo envelhecente.
O porteiro da noite cumpria a última hora da sua jornada. Abriu o portão com um bom dia sonolento.
O céu ainda estava cinzento. Com passos rápidos, percorri as ruas calmas e desertas àquela hora da manhã. Eram poucas. Em quatro minutos no máximo, chegaria ao destino.
Não foi o que aconteceu.
Novamente, me ouvi falando for myself: “Uma vassoura nas tuas mãos também pode varrer teus males”.
Lembrei-me, então, das minhas necessidades realmente prementes. Meia volta volver, em dois minutos cheguei a um novo destino. Arrumei a cama, “varri” a casa com o aspirador, tirei o pó dos móveis, limpei os banheiros, troquei os lençóis e as tolhas, passei a roupa acumulada de uma semana, fiz a barra da calça que vou usar no Natal, pus o feijão de molho, finalizei um texto que estava encruado etc. etc. etc.
A “caminhada” foi longa e não eliminei nem um milímetro sequer do meu abdome. Mas sobrevivi a uma manhã inteirinha com o celular desligado. Isso não tem preço!
Liguei o celular só depois do almoço e, de imediato, recebi uma mensagem da operadora: “Dorina, o que você faria com mais internet todo mês?”. Interrompi a conversa num golpe certeiro. Xô, tentação!
LIC
sexta-feira, 20 de dezembro de 2024
ADVENTO
À ESPERA
Uma espera que cresce a cada semana e encontrará satisfação quando os sinos da Missa do Galo anunciarem que o Verbo se fez carne.
Com esse anúncio, seremos colocados diante do Menino na manjedoura.
Estendendo as mãos, Ele nos dirá o que mais tarde seus lábios de Mestre repetirão até o último suspiro na cruz: "Segue-Me".
UMA CANÇÃO DE NATAL
Incapaz de compartilhar momentos de amizade e de compreender a magia do Natal, Ebenezer Scrooge só encontra refúgio na riqueza e na solidão.
Até que, num 24 de dezembro, recebe a visita do fantasma de Jacob Marley, seu ex-sócio falecido há sete anos.
É ele quem avisa Scrooge que mais três espíritos o visitarão para lhe dar a chance de mudar seu triste fim e ser poupado de vagar a esmo depois de morto, como Marley.
Assim, o Fantasma dos Natais Passados, o Fantasma do Natal Presente e o Fantasma dos Natais Futuros levarão o protagonista a uma viagem no tempo, mostrando-lhe que a generosidade é sempre a melhor escolha.
Um dos livros mais carismáticos da literatura inglesa, uma canção de Natal, recebe o crédito por ter concebido a celebração dessa data como a entendemos hoje: uma ocasião para agradecer e ajudar o próximo.
quinta-feira, 12 de dezembro de 2024
BELLA ITALIA - QUATTORDICESIMO ATTO
san gimignano e firenze
Logo cedo, estávamos na estrada novamente,
ma non prima di aver fatto colazione con stile na Tenuta
Sant’Ilario ao ar livre, diante da paisagem sedutora dos vales da Toscana. Imagens,
sons, sabores, cores, odores e toques acalentaram nosso corpo e alma.
Passamos o dia em San Gimignano, uma
cidade sobre colinas da Toscana, a sudoeste de Florença, rodeada por muralhas
do século XIII. Conhecida como a "cidade das belas
torres", teve 72 no seu período de prosperidade, algumas com 50 metros de
altura! Atualmente, apenas 13 permanecem de pé.
Na animada e movimentadíssima Piazza della
Cisterna, ponto de encontro popular, saboreamos il gelato più buono del mondo,
na Gelateria Dondoli. A cidade velha está centrada nessa Piazza triangular
repleta de tabernas, lojas, oficinas e cafeterias.
Il giorno dopo... arriviamo a
Firenze, uma cidade que respira arte, cultura, beleza e sabores, um museu a céu
aberto. Altri desideri, molti desideri realizzati.
O encanto começou quando nós nos vimos
diante da majestosa catedral de Santa Maria del Fiore, o Duomo de Firenze, uma
das maiores igrejas católicas, resultado de um trabalho que se estendeu por
seis séculos. Sua fachada é um enorme e magistral trabalho de mosaico em
mármores coloridos em estilo neogótico. Meravigliosa!
Caminhando pelas ruas do centro histórico
de Firenze, chegamos à Ponte Vecchio, sobre o rio Arno. Ela é a ponte de pedra
mais antiga da Europa, cartão-postal da cidade. Com suas casas e lojas
belíssimas de joias a preços proibitivos para mortais comuns, é também uma das
mais famosas do mundo.
Conhecemos o Davi de Michelangelo, na
Piazza della Signoria, uma das praças mais importantes de Firenze. É deslumbrante
tamanha a perfeição, mesmo sendo uma das cópias do original que está na
Galleria dell'Accademia, muito próxima da monumental Piazza del Duomo.
A Arianne e o Danilo fizeram uma visita
rápida ao Palazzo Medici Riccardi, a primeira residência da poderosa famiglia
Medici. Concluído em 1460, é um dos mais notáveis modelos de arquitetura renascentista
em Firenze.
Almoçamos novamente a bisteca fiorentina
assistindo uma manifestação popular, uma procissão acompanhada com música
religiosa, de homens e mulheres com roupas típicas, carregando escudos e
bandeiras medievais, desfilando vicino al nostro ristorante “La Grotta
Guelfa". Un altro regalo di Firenze a noi.
E, de noitinha, fomos All’Antico Vinaio, à
procura de seus sanduíches feitos na hora, com pão italiano e recheados ao
gosto do freguês, famosos pelo sabor delicioso. Já de volta à Tenuta
Sant’Ilario, esse foi nosso jantar harmonizado com um bom vinho toscano.
Ma a Firenze c'è ancora molto da vedere. Se
Dio vuole e lo permette, tornerò quando vivrò già in Italia.
Texto e pesquisa: LIC
Fonte: Maria Ana Centrone Santini