Me perguntaram qual era o segredo.
“Segredo?”, me perguntei. Sem mistérios.
Escancarei meu coração e fui dando o
que tinha de melhor assim que chegavam por aqui. "Ama teu próximo como a
ti mesmo.” É possível mais. Amei-os mais do que a mim e ao Pai.
Eram frágeis, indefesos. Eu tinha
poder. Podia matá-los com minha indiferença. Em situação alguma, cargo, função
tive, tenho ou terei tanto poder. Abracei o poder, pois era divino. E me foi
dado porque necessário: precisava enfrentar inimigos.
Queriam que se calassem, que não
chorassem. Tentei, mas não fechei a porta. Abri o peito, dispus o tempo a
entender a linguagem da carência, do afeto, do aconchego, do carinho, do amor.
Hoje, eles não querem chorar. E
fecham as portas. Os motivos? São os mesmos.
Queriam que não brincassem. Guardei
os vasos de cristal, enrolei os tapetes, sentei no chão, perna de Buda.
Escravos de Jó, passa anel, telefone sem fio, em um espaço sem limites.
Hoje, já não brincam. Foram arrebatados pelo mundo. Tudo está no seu preciso lugar e o tapete não voa mais.
LIC, s/d
Para Ricardo, Patricia, Rafael, Marcella
Lindooo
ResponderExcluirObrigada. Bj
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