terça-feira, 16 de dezembro de 2014

A "inominada"

         Vou me deitar para morrer 
porque estou a ponto de nascer.

   Tão certo como o Sol que surge todas as manhãs, tão evidente como o fato de inspirarmos oxigênio e expirarmos dióxido de carbono, tão seguro como a chuva que cai do céu, inapelável será a chegada do transe final, no momento e lugar imprevistos.
   A palavra “morte”, em nossa sociedade, é uma palavra tabu: é de mau gosto pronunciá-la em voz alta. Para a pessoa moderna, eminentemente agnóstica e hedonista, a morte é um brusca interrupção de um grande banquete e, por isso mesmo, inimiga fundamental da vida. Para essa pessoa, a morte não só causa pavor, mas também uma repulsa visceral, cujo nome não se deve pronunciar e contra a qual é preciso lutar com todos os meios que estiverem ao seu alcance.

Ingmar BERGMAN | O Sétimo Selo | 1956
   Não, não é uma filha da manhã, mas um espectro da noite, que caminha sob as asas do silêncio. - Ignacio Larrañaga, As Forças da Decadência 2005, p. 220.

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