Toda manhã,
sem me dar conta, meu coração...
deságua,
desanda.
É correnteza que traz
terra, tronco, orvalho,
medos, cascalho,
pó, pedra, passado.
Para! Mil vezes eu peço.
Rasga meu peito! Fere minh'alma!
Mas não adianta.
Segue turbulento.
É rio turvo, sem destino,
que a razão não alcança. - LIC, 22 mar. 2001
O meu olhar. O olhar do outro. O olhar profano. E o místico. Feminino e masculino. Olhares apaixonados. Outros, razão pura. Todos, restritos. Poucos se aproximam do Infinito. São nossos olhares, distintos olhares sobre o mesmo Universo. Porque "agora vemos em espelho e de maneira confusa, mas, depois, veremos face a face. Agora meu conhecimento é limitado, mas, depois, conhecerei como sou conhecido" (1Cor 13, 12).
Mto lindo!
ResponderExcluirBrigadíssima pela apreciação e atenção. Bj
ExcluirLindo o poema. 2001! Lá se vão 23 anos. Quem sabe, a poeta, assim como eu, para acalmar o seu coração, tire as sandálias e vá entrando, devagarinho nesse rio turvo (às vezes translúcido), pise devagarinho, na lama, no cascalho, sinta os cheiros das folhas, troncos centenários submersos, tope com rochas pontiagudas que surpreendem.
ResponderExcluirO coração batendo, em estado de atenção, alerta, vai se sentir forte. Alma lavada. Sempre um batismo essas entradas nas águas turvas.
Na saída, um piquenique esperando! Com todas as lembranças! MARISE