O
outono nunca falha em se tornar inverno!
O
dia amanheceu um dia frio! Acordei e decidi. Hoje, nada vai me derrubar porque
pretendo ficar deitada o tempo todo.
Dito
e feito, mas não sem remorso. Às vezes, eu me cobro tanto que vou levar boletos
para pagar na eternidade.
Eram
nove horas da manhã, eu continuava na cama, encolhida, em silêncio, com mil
pensamentos revoando e se trombando.
A
campainha tocou. Rapidinho me ajeitei pra não causar assombro em quem estava do
lado de lá. Meu cabelo se revolta à noite e, como minhas fronhas não são de
cetim, amanheço com o rosto amassado.
Era
minha vizinha de andar com um saquinho de sal grosso mesclado de flores secas
de camomila, alecrim e perfume de lavanda, uma dose abreviada do seu ganha-pão
pós aposentadoria: escalda-pés.
Agradeci,
convidei para entrar e tomar um café. Agradeceu sem aceitar. Disse que tinha mais
algumas para entregar.
Assim
que fechei a porta, entrou na minha mente um pensamento intrusivo, daqueles que
surgem de repente e de forma indesejada, sabe? Aqueles que a gente não tolera
dizer nem a si mesmo. “Estratégia de marketing”, ajuizei.
Minha
herança judaico-cristã me censurou de imediato. Que necessidade de julgar as
pessoas constantemente! O ser humano (eu também, né?!) se acostuma a
julgamentos e opiniões sem fundamento que, geralmente, não correspondem à
realidade.
Já
tratei disso com meu terapeuta. Nosso cérebro precisa ter um conceito formado
sobre tudo. Se não tem, ele “inventa”, ele me explicou.
De
imediato, lembrei do papa Francisco. Quanto se “inventou” sobre ele! Desde o
primeiro dia de seu pontificado, surpreendeu o mundo pedindo “Rezem por mim” e,
ultimamente, acrescentava “a favor”. Sabia o que falavam a seu respeito, mesmo
nos bastidores da Igreja.
Em
21 de abril, ele encontrou seu divino juiz. Eu também o encontrarei.
Deus
me livre que Deus já tenha um conceito formado sobre mim. Como – acho eu –
ainda tenho um tempinho por aqui, pretendo melhorar. Prometo, Senhor!
E
já sei o que aconteceu, onde foi que eu errei. A Lúcia Galvão disse que a
Helena Blavatsky disse que o corpo na cama já acordado é laboratório de
péssimas formas mentais sobre as quais não se tem controle.
Sem
saber dessa sabedoria blavatskyana, minha avó me dizia para não ficar na cama à
toa, “a cabeça é fábrica de coisa ruim, menina”.
Pois
bem... agora, conhecendo a causa e o efeito, amanhã pulo da cama assim que abrir
os olhos, mesmo que seja no sacrifício.
Vida que segue.
Habemus Papam! Rezemos por ele... a favor.
LIC
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