terça-feira, 13 de maio de 2025

A PERA

 

Uma pera Willians. Por que será que lhe deram esse nome?

Vendi minha Delta-Larousse para o Sebo do Messias no mês passado, então... vou pesquisar por aí. Agora, tem Google, Bing, Yahoo! ... ChatGPT, polímatas virtuais.

Bem... voltando à pera Willians. Ela está na minha fruteira há duas semanas. Sua cor e consistência não mudaram desde então. Mexo nela e me parece que não madurou.

As peras têm formato de pera. São cônicas. Parecem um sino arredondado na metade inferior, com um pescoço grosso enfeitado com um cabinho, a extremidade do caule.

Esta, em questão, está verde, com um leve rubor em uma pequena parte da casca lisa. Dizem os pomológos que ela fica amarelo-dourado quando amadurece.

A Williams é uma variedade originária da Inglaterra. Seu nome completo é Williams' good Christian. Tem uma longa história por trás desse nome. Não vou contar. É perder tempo com o que não vai lhe acrescentar mais sabor.

Voltando a ela, observei que a parte inferior se “fecha” com o que restou da flor que lhe deu origem, uma cicatriz, seu umbigo. Foi cortado, está seco.

Comer uma pera todo dia tem benefícios, assim como também comer jaca (eca!), porque uma fruta não é superior à outra, como todas as criaturas deste Planeta, todas nascidas do mesmo jeito, criadas no mesmo canto. E Deus viu que isso era bom. 

Comprei no sábado antes do meu aniversário, há nove dias. O cabinho está enrugado. Talvez tenha envelhecido por dentro, esteja "passada".

Lembrei que tem gente assim, "passada" por dentro, parecendo novinha por fora à base de dor e desconforto  preenchimento com ácido hialurônico, laser fracionado, lifting facial, cirurgia plástica, peeling de fenol, microagulhamento, injeção de toxina botulínica, introdução de fios de sustentação, rinoplastia etc. etc. etc. 

Ainda vão inventar outras estratégias. Ninguém mais se conforma em envelhecer e ter que entregar o bilhete de volta!

Vou enfiar a faca nela. Se ficar na fruteira por mais tempo, vai afetar as outras. Elas se comunicam! Deixe-as lado a lado e você acelerará a maturação de todas. Mais um golpe de gênio do Criador!

LIC

segunda-feira, 12 de maio de 2025

AMANHÃ SERÁ MELHOR

 

O outono nunca falha em se tornar inverno!

O dia amanheceu um dia frio! Acordei e decidi. Hoje, nada vai me derrubar porque pretendo ficar deitada o tempo todo.

Dito e feito, mas não sem remorso. Às vezes, eu me cobro tanto que vou levar boletos para pagar na eternidade.

Eram nove horas da manhã, eu continuava na cama, encolhida, em silêncio, com mil pensamentos revoando e se trombando.

A campainha tocou. Rapidinho me ajeitei pra não causar assombro em quem estava do lado de lá. Meu cabelo se revolta à noite e, como minhas fronhas não são de cetim, amanheço com o rosto amassado.

Era minha vizinha de andar com um saquinho de sal grosso mesclado de flores secas de camomila, alecrim e perfume de lavanda, uma dose abreviada do seu ganha-pão pós aposentadoria: escalda-pés.

Agradeci, convidei para entrar e tomar um café. Agradeceu sem aceitar. Disse que tinha mais algumas para entregar.

Assim que fechei a porta, entrou na minha mente um pensamento intrusivo, daqueles que surgem de repente e de forma indesejada, sabe? Aqueles que a gente não tolera dizer nem a si mesmo. “Estratégia de marketing”, ajuizei.

Minha herança judaico-cristã me censurou de imediato. Que necessidade de julgar as pessoas constantemente! O ser humano (eu também, né?!) se acostuma a julgamentos e opiniões sem fundamento que, geralmente, não correspondem à realidade.

Já tratei disso com meu terapeuta. Nosso cérebro precisa ter um conceito formado sobre tudo. Se não tem, ele “inventa”, ele me explicou.

De imediato, lembrei do papa Francisco. Quanto se “inventou” sobre ele! Desde o primeiro dia de seu pontificado, surpreendeu o mundo pedindo “Rezem por mim” e, ultimamente, acrescentava “a favor”. Sabia o que falavam a seu respeito, mesmo nos bastidores da Igreja.

Em 21 de abril, ele encontrou seu divino juiz. Eu também o encontrarei.

Deus me livre que Deus já tenha um conceito formado sobre mim. Como – acho eu – ainda tenho um tempinho por aqui, pretendo melhorar. Prometo, Senhor!

E já sei o que aconteceu, onde foi que eu errei. A Lúcia Galvão disse que a Helena Blavatsky disse que o corpo na cama já acordado é laboratório de péssimas formas mentais sobre as quais não se tem controle.

Sem saber dessa sabedoria blavatskyana, minha avó me dizia para não ficar na cama à toa, “a cabeça é fábrica de coisa ruim, menina”.   

Pois bem... agora, conhecendo a causa e o efeito, amanhã pulo da cama assim que abrir os olhos, mesmo que seja no sacrifício.

Vida que segue. 

Habemus Papam! Rezemos por ele... a favor.

 LIC


quarta-feira, 7 de maio de 2025

DÊ UMA COCHILADA E...


 Você sabia que Thomas Edison e Salvador Dalí usavam truques específicos para acessar estados criativos entre o sono e a vigília?

Neste vídeo, descubra como a fase hipnagógica pode turbinar sua criatividade — e como a ciência moderna confirmou esses métodos usados por gênios.

Falamos de Edison, Dalí, Mary Shelley, Charles Dickens, William Butler Yeats e das pesquisas mais recentes sobre sono, intuição e processos criativos.

Uma jornada entre arte, neurociência e inspiração.

RODRIGO GURGEL

terça-feira, 6 de maio de 2025

LEIA OS CLÁSSICOS!


Quantas obras de literatura contemporânea se publicam por aí? Obviamente, não estou falando de livros despretensiosos, publicados em pequenas editoras e que ficam restritos à família. Falo, ao contrário, de livros que têm pretensão e ganham prêmios. São inúmeros. Você se lembra de algum ganhador do Jabuti da década passada? Lembra qual foi o “livro do ano” há dois anos? Lembra qual foi o livro mais badalado pelo mercado editorial e pela mídia em 2004? Se você se dedicar a ler apenas literatura contemporânea, estará dedicando seu tempo a coisas tão efêmeras quanto o jornal de ontem. Porém, ao se dedicar a ler os Clássicos, como “Antígona”, estará se dedicando a ler obras que atravessaram o tempo. “Antígona” inspirou séculos de discussão a respeito do Direito Natural, mas o seu drama é ainda mais profundo: é o drama da consciência humana, da decisão de fazer aquilo que é certo, mesmo quando um tirano proclama que o certo é outra coisa. Você pode ler o que é feito hoje em dia, mas em que você prefere investir mais o seu tempo? Naquilo que é sólido e permanece ou naquilo que pode desaparecer amanhã? A escolha é sua.

RODRIGO GURGEL 

NELSON RODRIGUES