NELLA CAPITALE
Primo
giorno
Chegamos em Roma à noitinha guiados pelo
Google Maps para encontrar nosso hotel.
Paramos diante do grande portão de entrada
da Villa Angelina, uma morada do século XIX que, em 1921, se tornou a Casa
Geral da Ordem da Companhia de Maria Nossa Senhora, fundada na França em 1607.
Atualmente é uma Casa per Ferie, com suítes
espaçosas, equipadas de todos os confortos modernos, terraço panorâmico e um
parque com vários cantos de relaxamento cercados por árvores e jardins.
Villa Angelina fica em Trieste, um distrito
elegante de Roma, na Via Nomentana, a poucos passos da estação de metrô
Sant'Agnese-Annibaliano, em frente a um ponto de ônibus que conecta toda a cidade.
Pela quase impossibilidade de estacionar o
carro no entorno dos pontos turísticos de Roma, aproveitamos a localização
estratégica desse hotel para viajar de metrô, de ônibus e a pé. Isso nos
permitiu mergulhar na vida cotidiana do povo italiano.
Como a recepção oferece serviço 24 horas,
fomos recebidos por uma das religiosas dessa ordem católica, uma chinesa criada
no Brasil. No nosso país há 70 anos, a Ordem é mantenedora do Colégio da
Companhia de Maria, existente no Rio de Janeiro e em São Paulo.
Il
giorno dopo, siamo andati in Vaticano, ai Giardini, ai Musei e alla Cappella
Sistina.
A
visita aos Jardins do Vaticano é sempre guiada, não se permite o passeio livre.
Os Jardins ocupam mais da metade desse que é o menor país do mundo em superfície
territorial e população.
São
jardins encantadores, surpreendentes, com uma paisagem complexa de bosques,
monumentos medievais, esculturas, extensões florais, muitos com a “marca” de algum pontífice. Por exemplo, o jardim do Papa João XXIII é um roseiral com
espécies diversas de rosas.
Percorremos
seus 23 hectares num micro-ônibus aberto, que permitiu admirar a surpreendente cúpula
da Basílica de São Pedro, o que me emocionou muito.
A
Basílica é o único caso no mundo cristão de uma construção sagrada nascida
diretamente sobre a sepultura de um mártir. Perpendicular ao seu centro, lá no
subsolo, está o túmulo de Pedro, um pescador pobre, humilde, ignorante que
deixou as redes, seguiu Jesus e, depois de negá-lo por três vezes, recebeu dele
a missão de “apascentar suas ovelhas".
Mais
uma vez, me questionei se o esplendor e a riqueza que vi no Vaticano condizem
com quem foi Jesus, com quem foi Pedro. Esse foi um dos motivos que me fez
optar pela Igreja protestante.
A
visita completa inclui os Museus do Vaticano, que expõem extensas e valiosas coleções
de arte e arqueologia doadas ao longo dos séculos à Igreja Católica Romana. Diante da enormidade de
objetos que preenchem suas 54 galerias, optei por explorar as nove salas do Museu
Gregoriano Egípcio, com suas múmias, sarcófagos, relevos, inscrições de
palácios assírios e o famoso Livro dos Mortos.
De
lá, percorremos um longo corredor, tão longo que precisei parar por três vezes
para descansar. Suas paredes laterais estão cobertas com “armários” que guardam
presentes valiosos, alguns expostos em nichos fechados de vidro, dados aos
papas por diversas personalidades e países.
Por
esse caminho, muitos, mas muitos e muitos turistas nos acompanhavam em direção
ao mesmo destino: a Capela Sistina.
Como
ninguém é de ferro, fizemos uma parada estratégica. Foi então que, indignada
com a atitude grosseira della donna che presidiava la toilette nei confronti di
una turista, il mio sangue italiano ribolliva.
Sem
pensar duas vezes, eu disse alto e mais ou menos em italiano, com sotaque
brasileiro: “Signora, lei lavora qui per noi. Altrimenti non avresti un lavoro.
Capito? Quindi si calmi. Con molta calma.”
La
signora mi guardò, ma non rispose. Ainda bem, porque eu não saberia continuar o
“diálogo”, mas lavei minha alma.
Num
grupo limitado de pessoas, entramos na Capela Sistina, uma das capelas do
Palácio Apostólico da Cidade do Vaticano, residência oficial do Papa, e sede do
conclave no qual o Colégio dos Cardeais escolhe um novo pontífice.
Em
poucos minutos, em silêncio e de pé, admiramos fascinados os belíssimos afrescos
que cobrem suas paredes, em particular os da abóboda e o da parede atrás do
altar com o Juízo Final, duas obras de Michelangelo pintadas entre 1508 e 1512.
Por
fim, recebemos a benção de um frei depois da oração que ele fez em italiano e
de rezarmos o Pai Nosso e a Ave Maria.
Abbiamo
concluso la giornata mangiando in uno snack bar.
Secondo
giorno
O
programa desse dia incluía uma visita guiada às ruínas dos três sítios
arqueológicos mais visitados em Roma: o Fórum Romano, antigo centro da vida
pública, política, econômica, cultural, social e religiosa, onde o culto aos
deuses acontecia; o Monte Palatino, área residencial dos imperadores, a mais
central das sete colinas de Roma e uma das mais antigas partes da cidade, a 40
metros acima do Fórum Romano; e o Coliseu, construído entre o ano 72 d.C. e 80
d.C. no governo de Tito.
In
questi spazi, santuari dell'antica Roma e dell'Impero Romano, a volte mi
sembrava di essere in un sogno.
No
Coliseu, até chorei lembrando a infinidade de seres humanos martirizados ali e
o tanto de sangue derramado por poder, orgulho e prepotência nesse enorme
anfiteatro romano, com lugares para cerca de 60 mil espectadores.
Construído
para divertir os habitantes de Roma, era parte da estratégia do Panem et
Circenses dos governantes romanos para evitar revoltas e manter a população
contente e passiva.
Abbiamo
pranzato tardi in un locale della zona.
Terzo
giorno
Roma
è un museo a cielo aperto che merita di essere visto nella sua interezza.
Nesse
dia, fizemos um passeio num ônibus Hop-on Hop-off por toda a cidade,
selecionando os lugares onde desceríamos.
O
primeiro foi a Villa Borghese, um parque enorme que oferece programas
culturais, uma galeria com importantes obras de arte e opções gastronômicas. Se
Dio vuole, tornerò a visitarla perché richiede più di un giorno a piedi.
Descemos
na Piazza di Spagna, um dos lugares mais concorridos de Roma, cuja escadaria é
uma de suas áreas mais especiais, um local de encontro para os cidadãos locais
e de merecido descanso para os turistas.
Caminhando,
chegamos na Fontana di Trevi onde, apesar da enorme quantidade de turistas, consegui
espaço para sentar em suas muradas, tirar uma foto, lavar o rosto e as mãos em
suas águas e jogar uma moeda embalada com meu desejo profundo de voltar.
Andando
a esmo, demos “de cara” com o Panteão, que fica no coração da cidade, na praça
da Rotonda, e é um dos maiores símbolos do grande Império Romano. Impactante. Quase
desmaiei de emoção. Como estava abarrotado de turistas, desistimos de conhecer
seu interior.
Voltamos
ao ônibus Hop-on Hop-off e, de passagem, vimos mais monumentos, mais igrejas, mais
ruínas, inclusive o Castelo de Santo Ângelo, que hoje é um museu. Nas margens
do Rio Tibre, a poucos passos do Vaticano, il Castello di Sant'Angelo é um
edifício com quase dois milênios de paz e guerra em Roma.
Conta-se
que, em 590, enquanto uma grande epidemia de peste devastava a cidade, o Papa
Gregório I teve uma visão do Arcanjo São Miguel no topo do castelo, anunciando
o fim da epidemia. Como lembrança da aparição, o edifício foi coroado pela
estátua de um anjo.
Em
homenagem a quem é chamado pelos italianos de "Pai da Pátria", descemos
no Monumento a Vittorio Emanuele II. Vittorio, quando rei da Sardenha
(1849-1861), unificou a Península Itálica num único estado e reinou até sua
morte em 1878.
Stanchi
per la camminata, siamo tornati all'oasi di Villa Angelina.
Domani
si parte per la Toscana.
Addio,
Roma.
Texto
e pesquisa: LIC
Fonte:
Maria Ana Centrone Santini